MEMÓRIAS
Nessa noite
uma lua prenha,
rodando tão devagar
que qualquer olhar lhe atribuiria
a imobilidade do grafismo impresso,
deixou que uma nuvem cinzenta a tapasse
*
Depois,
sobre o louceiro da sala,
no aquário dos sonhos antigos,
um novo e inesperado peixe incolor
foi-lhe devolvendo a memória dos “crayons”
até que a insubmissão de uma mão imaginária
os quisesse e soubesse ressuscitar na vontade dos dedos
*
Fazia tanto frio
na floresta das cores
onde as horas, como agulhas,
lhe apontavam as conchas vazias
de mil gestos sem esperança de fruto...
*
Bastou
porém
que esse peixe
se agitasse levemente,
que uma palavra
espelhasse a cor da nuvem,
que as invisíveis raízes
suportassem o inevitável tronco,
que o impensável cilindro
se alongasse em ramos impossíveis,
que as velhíssimas memórias
se metamorfoseassem em folhas improváveis
para que
a substância do fruto
se viesse a tornar tão real
quanto aquela absoluta urgência
de o ouvir cantar
por dentro de outra novíssima criação.
*
Maria João Brito de Sousa – 02.02.2013 – 18.09h
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29 comentários
De Maria João Brito de Sousa a 07.02.2013 às 15:02
Feliz tarde para ti, Anjo!
De jabeiteslp a 07.02.2013 às 20:47
era melhor vender a apartamento
que não será o momento
e vires viver connosco aqui...
Há quorum cifrado e tudo mais ao que se quiser...
De Maria João Brito de Sousa a 07.02.2013 às 21:06
Feliz noite para ti
De jabeiteslp a 07.02.2013 às 21:14
quando tiver o meu projecto concluido
se se concluir
virás...
De Maria João Brito de Sousa a 07.02.2013 às 21:21
De jabeiteslp a 07.02.2013 às 21:26
há entraves pelo caminho....mas será