PARA QUE CONSTE
Para que conste;
Eu tenho veias, carne
E sonhos como os vossos
Mas jamais escreverei
Sobre estrelas
Que não tenha conhecido desde sempre
Um longo esteio de velas desfraldadas
Nos murmúrios de um imaginário-racional
Precede o olhar com que contemplo o mundo
Para vo-lo devolver um pouco menos mau
Não aceito,
Para que conste,
Que um único de vós me acuse de um ócio
Engendrado por mentes saciadas
[muito embora inconscientes
da sua futilidade]
Para que conste,
Produzo
Tanto ou mais
Do que as mãos de outro qualquer
E consumo
Invariavelmente menos
Do que o corpo ou a mente
Da maioria de vós
Para que conste,
Por vezes as tardes doem-me
Como folhas de Outono
No mármore do tempo
Mas nenhum medo me conquista o estro
Enquanto acreditar
[PARA QUE CONSTE]
Maria João Brito de Sousa – 23.10.2010 – 23.14h
Na fotografia - Eu, ao colo da Aurorinha.
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2 comentários
De EfigeniaCoutinhoMallemont a 26.10.2010 às 08:57
De Maria João Brito de Sousa a 26.10.2010 às 11:47
Peço, também, desculpa por ter sido menos assídua nas visitas e nos envios de poemas para a nossa Academia, mas eu devo ser mesmo muito lenta... ontem não consegui responder nem a metade dos meus mails e, quando dei por isso, já o Centro estava a encerrar...
Muito obrigada pelas suas palavras e pela visita que tanto me honra!
uM ENORME ABRAÇO!
M. João