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PARA QUE CONSTE

Segunda-feira, 25.10.10

 

Para que conste;


Eu tenho veias, carne

E sonhos como os vossos

Mas jamais escreverei

Sobre estrelas

Que não tenha conhecido desde sempre


Um longo esteio de velas desfraldadas

Nos murmúrios de um imaginário-racional

Precede o olhar com que contemplo o mundo

Para vo-lo devolver um pouco menos mau


Não aceito,

Para que conste,

Que um único de vós me acuse de um ócio

Engendrado por mentes saciadas

[muito embora inconscientes

da sua futilidade]


Para que conste,

Produzo

Tanto ou mais

Do que as mãos de outro qualquer

E consumo

Invariavelmente menos

Do que o corpo ou a mente

Da maioria de vós


Para que conste,

Por vezes as tardes doem-me

Como folhas de Outono

No mármore do tempo

Mas nenhum medo me conquista o estro

Enquanto acreditar


[PARA QUE CONSTE]

 


Maria João Brito de Sousa – 23.10.2010 – 23.14h

 

 

Na fotografia - Eu, ao colo da Aurorinha.

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 15:37


2 comentários

De EfigeniaCoutinhoMallemont a 26.10.2010 às 08:57

Querida poetisa João Brito de Sousa , eu custei a achar como deixar uma mensagem a sua distinta pessoa, mas achei e aqui deixo meu carinho ao ler seus belos versos, que recanto acolhedor, meus PARABÉNS, aprecio muito ler seus versos, com afeto sua amiga aqui distante, mas pertinho do seu coralçao,Efigenia

De Maria João Brito de Sousa a 26.10.2010 às 11:47

:) Olá, querida e ilustre amiga! Peço desculpa. Sou a culpada das suas dificuldades em comentar este blog pois tenho a mania de fazer metáforas com tudo e mais alguma coisa... ainda por cima encontrou-me num poema que exprime alguma zanga... peço desculpa, mais uma vez. Não é meu hábito andar tão agressiva, mas acredite que tenho tido bastas razões para andar um bocadinho zangada com alguns acontecimentos do meu dia a dia... não na blogosfera, mas na vida real. Às vezes, muito de quando em quando, felizmente, sai-me qualquer coisa menos amável e mais centrada em mim mesma.
Peço, também, desculpa por ter sido menos assídua nas visitas e nos envios de poemas para a nossa Academia, mas eu devo ser mesmo muito lenta... ontem não consegui responder nem a metade dos meus mails e, quando dei por isso, já o Centro estava a encerrar...
Muito obrigada pelas suas palavras e pela visita que tanto me honra!
uM ENORME ABRAÇO!

M. João

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