PALAVRAS SENTIDAS
Estou em cima da recta final - tic, tac.. tic, tac... - mas ainda vos quero aconselhar a passarem pelo http://autores-editora.blogs.sapo.pt/
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SOBREVIVÊNCIA(S)
Não vive como as mais das vezes,
Quando as palavras se lhe derramavam
Na fluidez dos ponteiros do tempo.
Procura-as, agora,
Na improbabilidade do que dispensou
No sempre de um espaço
Que persiste naquele ressurgimento
Ténue como um reflexo distorcido.
Sabe-se sem se saber
Na incompletude da sua memória.
Os acasos ficaram pelo caminho
Atrás do muro
Que nenhuma ponte, agora, atravessa.
Persiste, mas pouco.
Reconstrói quase nada.
Emenda-se constantemente.
Equilibra-se no desequilíbrio
Das fronteiras que surgiram contra-natura.
Hoje, porque amanhã…
Quando é?
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MINERVA
Esvai-se,
Cinzenta e macia,
No lume das horas que ainda me sobram…
Esvai-se assim,
Como se se não esvaísse
E se cristalizasse naquele indefinido
Entre estar e não estar…
Como se fosse eu
Quem se esvaísse nas horas que não passam
E permanecesse ela,
Macia e cinzenta,
Suavemente eternizada
Na cristalização da partida.