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CHÃO DE MIM

Quarta-feira, 17.11.10

 

Toco este chão

Com olhos de quem beija

E sei que não embarcarei

Mais vez nenhuma


Chão de mim

Em mutação constante

Que outra força

De mim te afastaria?


Constantemente o toco

Com mãos ocas de um nada

Que despejo

E depois recolho

Cheias de um tanto

Que só eu desvendo


Por isso sei

Que não embarcarei

Enquanto as mãos

Puderem sentir

E pressentir

O chão que me deu vida

 

 


Maria João Brito de Sousa

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 12:16

A CONQUISTA DA FLOR PELA SEMENTE

Terça-feira, 16.11.10

 

Lá longe

Ecoa, indómito,

O meu grito,

Fonética estelar

Que eu dignifico

Num jogo universal que não domino

 

 

 

Eu desafio,

Mais do que o razoável

E seguro

Nas letras a que já perdi a conta

Das mil canções que crio e nem procuro

 

 

 

Tudo isto eu devo

E nada mais me move

Ou me norteia

Senão a mesma força que promove

A devoção lunar de uma alcateia

 

 

 

E, sobretudo,

Sou,

Como os demais,

Palco e passagem

Dos mil ilusionismos geniais

De uma vontade só, que é divergente,

Qual átomo lançado na voragem

Da conquista da flor pela semente!

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

 

 

 

Ao lobo que mora em cada um de nós

 

Maria João Brito de Sousa – 14.11.2010 – 18.19h

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 10:00

PORTO POSSÍVEL

Segunda-feira, 15.11.10

 

Sou porto incerto,

Apelo que subverte e que redime

O que em vós dorme agora e que é sublime,

Tudo o que esteja longe

De estar perto

 

Sou a vontade,

Sou aquilo que resta aos vossos sonhos

Quando os dias parecem tão medonhos

Que só podeis sonhar

Com liberdade

 

 

Recuso tudo

A não ser a certeza da recusa,

Subverto mesmo a cor da vossa musa,

Transformo até o som do vosso canto

Num grito mudo

 

 

Sou como a fome

Que em crescendo vos torna insatisfeitos,

A voz que vos sussurra os mil direitos

Que mais tarde imporeis

A quem vos dome

 

 

Eu, intangível,

Liberto das vogais, das consoantes,

Primitivo, indomável como dantes,

Sou sede que se nega e depois grita:

 

-Eu sou possível!

 

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 14.11.2010 – 20.13h

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 14:21








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