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MAS TU NÃO VÊS?!

Quinta-feira, 24.02.11

NÃO VÊS?

*

Mas tu não sabes,

Não vês

Que cada dia,

Só será dia se tiver sido justificado?

* 

Nunca sentiste

Essa estranhíssima euforia

Que perpetua

Aquilo que é criado?

 *

Não reparaste

Que há razões que desconheces

A sorrirem pr`a ti

Como se as preces

Não fossem

As dispensáveis fronteiras

Do tangível?

*

 

Nessa humildade que tanto apregoas,

Nessa vontade que te não dá descanso,

Nesse incondicional nunca parar

Que irá justificar sermos pessoas,

Não vês 

Que aquilo que sonhaste

E eu nunca alcanço

Foi sempre a recuar

Que o alcançaste?

*

Se crês poder voar, porque não voas?

 *

 

Maria João Brito de Sousa - 2011

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 16:09

METÁFORA DAS LÁGRIMAS QUE NUNCA CHORAREI

Quarta-feira, 02.02.11

LÁGRIMAS QUE NUNCA CHORAREI

*

Vejo-as

Nitidamente recortadas

No aço frio da silhueta matinal

*

Trazem

A pureza anímica das aves

Ao momento em que caem

e

pousam

Suavemente

Na tensão superficial

Das águas do meu imaginário

*

Não sei quantas são

Mas são

E basta-me a certeza de as ver

Não sei quantas,

Não sei porquê,

Nem sei exactamente quando,

Na mais lenta queda

Que os olhos me puderem recriar

*

Depois deixo de as ver

E o lago,

Desinventado,

Funde-se nas lágrimas que nunca chorarei

*

 

Maria João Brito de Sousa – 01.02.2011 – 18.45h

 

 

IMAGEM - Tela de Vincent Van Gogh - retirado da internet

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 11:56








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