Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



PERCURSO

Quarta-feira, 02.07.14

PERCURSO

*

Nasci num mar tão distante

Quanto as águas primitivas;

*

Vim presa ao lastro do tempo

Que ecoa nas catedrais

Das grutas intemporais

Onde cresci no fermento

Das fusões mais permissivas

*

 

Vivi mil milhões de vidas,

Morri de outras tantas mortes;

De tanto ir deitando as sortes

Às coisas nunca vividas,

Cresceram-me asas por dentro

 Que,

Por fora,

Sou segredo,

Sou anjo cristalizado

Na vertigem do futuro

(antes que ele seja passado…)

 *

Por

Um lado,

Digo tudo,

Por outro,

Não mostro nada

(tenho a razão condenada

por versos com que me iludo…)

*

 

Se,

Por vezes,

Azarado,

De outras tantas,

Tenho sorte

Pois,

Do nascimento à morte,

Só me perdi quando achado.

 *

 

 

Maria João Brito de Sousa – 2005 ou 06

 

 

Nota - Poema ligeiramente modificado a 02.07.2014

 

Imagem retirada do Google - Líquen

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado por Maria João Brito de Sousa às 21:46








comentários recentes




subscrever feeds