PARADOXO
No geométrico azul do teu olhar
bebi,
no aço frio da tua ausência,
uma absurda certeza de te amar
em tragos da mais pura transparência
e tu,
que em mim cumpriste a divindade
no ritual dos corpos partilhados,
fazendo-me florir, frutificar,
és cego, surdo e mudo
à minha essência.
Maria João Brito de Sousa - 1999