MISTÉRIOS DE CANETA
Nos cabelos das ondas,
Nos lençóis de areia,
Nas luas de papel
Que os dedos das horas
Recortaram, sem saber,
Nas estrelas que a maré semeia
De infinitos tentáculos,
Aí, percorridos os minutos, um a um,
Cristalizam-se os mistérios improváveis
De cada paixão por conceber
E nenhum sonho aceita os impossíveis.
A caneta, rolando,
Absolve a inevitabilidade de todas as mortes.