SÓ POR ISTO...
Só por lhes ter tapado os ouvidos
Como se a guerra tivesse acabado de morrer
E ter seguido na perpendicular da minha sombra,
Só por este empeno de nunca ter tempo,
De ter uma vontade cujo leme encravou,
Cuja âncora ousei desprezar
Nos longes de um oceano de poemas,
Só por este medo de nunca ter medo,
Este (não) querer repousar na solidão de mim
Nas águas baptismais de um mar
Que ninguém ainda descobriu,
Só por esta trajectória espiralada
- de fora para dentro... -
Onde o tempo se projecta
Nas infinitudes da paz centrifugada
E nos cúmulos luminosos
Das nuvens do pensar,
Só por este morrer e acordar,
Acordar e morrer sem nunca saber
- de absoluta certeza, rigorosa
e cientificamente comprovada... -
Se as fronteiras se medem na solidez dos ossos
E na largura das carnes,
Ou na profundidade de um olhar
que (nem) todos entendem estar perdido...
Maria João Brito de Sousa - 21.07.2009
Autoria e outros dados (tags, etc)
6 comentários
De Eduardo a 22.07.2009 às 13:01
Para ti.
ESTE SAPINHO, Anda a precisar de umas palmadas na carapaça. Com que autoridade ele afirma que eu nãio tenho blog?
De Maria João Brito de Sousa a 22.07.2009 às 13:33
mas disseram-me hoje que estou com olheiras, vê lá tu! Que estou com um ar mais cansado... não sei se é verdade porque nem tive tempo de olhar para o espelho... aliás, eu raramente me lembro de olhar para o espelho, vou confiando naquilo que o coração me diz e o meu coração hoje até estava todo contente... um bocadinho lamechas, mas muito alegre.
Abraço grande!