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HORAS ANTIGAS

Sexta-feira, 31.07.09

 

 

 

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Sobravam-lhe as horas

Noprolongamento do reflexo

Em indesmentível declínio.

 

 

Ali, onde os espelhos

Nasciam dos vidros das montras

E das poças de água nas calçadas

Descalças de sonhos,

Sobravam-lhe luas e amantes

Nos ambíguos desamores

De cada fim de tarde.

 

Amanhã seria tempo

De sobrarem mais rugas de expressão

Na expressão de todas as horas.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - Julho, 2009

 

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publicado por Maria João Brito de Sousa às 11:54


1 comentário

De M.Luísa Adães a 02.09.2009 às 12:36

Horas Antigas

É um poema de encanto!
«Fernando Pessoa escreve desta forma,
Diz o que vê e o que sente
e não poderia ser dito
numa poesia formal como a "Nova Arcádia" no tempo de Bocage.
E o vate bastante lutou para tornar essa formalidade, mais humana e
pessoal.
A época estava contra ele - duzentos e cinquenta anos?...

Pessoa escreveu "modernismo a seu modo" e os clássicos perderam.

Então, para mim, no SéculoXXI , o que escreve no seu poema é a
poesia dos nossos tempos.
Basta de retrocessos de quem não quere admitir que os tempos mudaram e nessa mudança , entrou a forma de escrever.

F. Pessoa é o testemunho brilhante e Maior dessa realidade.

Lindo o que escreve, pena não a entenderem, mas lute por isso, a par
do seu classico, muito bom, no "poetaporkdeusker".

Ponha clássico e modernista, nesse blogs, pois é mais conhecido e lido.

Não por ser, clássico, mas porque nele só entra o clássico.
Abra nesse blogs, um tempo intervalado, para a outra poesia, tão boa
como a primeira!

Maria luísa


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