NO MAR
Onde as algas se despem das areias
E a onda adentra,
Numa vergastada,
A rocha inesperadamente negra,
Onde se perdem os últimos raios de sol,
Para quem que passa na estrada
E neles repara.
Vem o sal beijar-nos
Numa raiva de pérolas esparsas
Que o vento açoita
Ainda depois de o dia se ter deitado....
- Cheguei! Cheguei!, avisa o temporal...
Todos os anos o mar se faz Inverno,
Todos os anos alguém dará por isso
E terá saudades
Das algas que se despediram no ano anterior...
Depois virão mais marés,
Mais marinheiros,
Virão ondas,
Mil ondas babando-se de fúria
No recomeço de um mar invernoso
E, finalmente, as mansas algas voltarão sorrindo;
- Bom dia! Como estão?
Todos os anos o mar se veste de algas
Na exacta Primavera
Em que alguém se esquecerá de dar por ele....
Maria João Brito de Sousa - 21.12.2015
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2 comentários
De Fá a 13.01.2010 às 16:02
Lindo poema amiga. Bravo, imenso, profundo, o mar é sempre uma bela inspiração.
Beijinhos
De Maria João Brito de Sousa a 13.01.2010 às 16:11
Um grande, grande abraço!
O mar nunca nos deixa indiferentes, pois não, amiga? Esteja como estiver... manso, bravo, seja como for... não nos deixa indiferentes!