FIGURA DE PROA (poema descritivo de um sonho real)
FIGURINHA DE PROA
Pinta-se o céu de negras aguarelas
Rasgam-no
De alto a baixo
Centelhas amarelas
E grita irada
A voz de algum trovão
Na praia choram
As mulheres dos pescadores
E
Sou
No sonho
A figura de proa
Da barca de insuspeitos pecadores
Eu
Que tenho medo
Dos líquidos abismos
E da dureza impenetrável dos rochedos
A condenar-me a morrer de mil medos
Num negro mar que me desconhecia
E
Do fundo do mar
Um deus rugia:
- Por mim não passarás impunemente!
Ergo a voz
Numa voz que lhe pedia:
- Salve-se, ao menos, a tripulação!
Reboa a gargalhada em que o deus respondia:
- Quem és insignificante criatura
Que pedes por vidas que não são a tua?
- Sou quem da barca se fez capitão,
E por amor de quem nela labuta
Tomo-lhe o leme nesta minha mão!
Neptuno troça
Mas abranda a fúria
Vulcano cala as vozes do trovão
E a Barca balança docemente
Como se o universo inteiro
De repente,
Se comovesse com tal devoção
Maria João Brito de Sousa - 1993 (?)
*
Nota - Poema reformulado a 21.12.2015
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6 comentários
De jabeiteslp a 23.12.2015 às 21:37
que filhoses com Vinho
não fazem mal...
Xoxo de aqui dos calhaus avinhatados nos desejos
de uma noite feliz
(Tou com soluços)
De Maria João Brito de Sousa a 24.12.2015 às 13:01
Que tenhas uma feliz consoada!
Abraço daqui, das ondas nem sempre mansas do estuário do Tejo!
De jabeiteslp a 26.12.2015 às 21:06
Tens que vender o apartamento
e vir comprar um outro
bem mais modesto
aqui prós calhaus de uma Aldeia bonita, como tu.
Sei que o bulício da grande Cidade
é alma
mas esta de aqui
é calma
Xoxo de aqui e um fim de semana agradável
De Maria João Brito de Sousa a 26.12.2015 às 22:29
Esta zona onde moro, também é muito calma, não tem nada a ver com o bulício das grandes cidades...
Um bom resto de bom fim-de-semana também para ti