PERCURSO
Venho de um mar mais distante
Do que as águas primitivas
Sou a memória do tempo
Que eoa nas catedrais
Das grutas intemporais
E das fusões permissivas
Vivi mil milhões de vidas,
Morri outras tantas mortes,
De tanto deitar as sortes
Cresceram-me asas por dentro
Que, por fora, sou segredo,
Sou Anjo cristalizado
Na liquidez do futuro
(antes que ele seja passado...)
Às vezes sou azarado,
Outras tantas tenho sorte...
Sou, do nascimento à morte,
O perdido e o encontrado.
Maria João Brito de Sousa (2008)
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